Descrição
Com uma estética
simples e limpa, serão projetados dois vídeos na parede de uma sala branca, o
primeiro com o ator Erom Cordeiro e o segundo com a atriz portuguesa Maria de
Lima, a ação dramática é igual nas duas versões. Os atores, cada um em seu
vídeo estarão imóveis, encostados no fundo de uma sala branca, eles narrarão o
texto White On White Ou O Que Eu Vi Da Ausência.
Enquanto os vídeos
são projetados na parede, o mesmo ator e a mesma atriz, estarão sentados em
cadeiras no centro da sala, ambos contracenarão com os seus respectivos vídeos.
- Promover
a video/performance White On White Ou O Que Eu Vi Da Ausência.
- Fomentar
a discussão acerca da espetacularização da vida íntima e cotidiana nas
redes sociais.
- Incentivar
o uso e a criação de novas linguagens artísticas, o intercâmbio de ideias,
a inovação e a convergência entre arte e tecnologia.
- Interagir
com as dimensões da tecnologia, do que é realidade e do que é a reprodução
da realidade como ficção.
- Expressar
os conflitos atuais, que estão traduzidos na dramaturgia de Edu Reis. Promovendo
assim a identificação junto ao público, a fim de criar reconhecimento,
troca e reflexão.
- Fomentar a discussão acerca da gigantesca multiplicidade de informações e revoluções da web e de sua respectiva inserção em todos os meios sociais
JUSTIFICATIVA
O texto de Edu Reis expressa os conflitos humanos e sociais dos nossos tempos, com temáticas que revelam essencialmente as relações humanas. As questões que se propõe colocar em cena, e que compõe o texto White On White Ou O Que Eu Vi Da Ausência, envolvem hedonismo, vaidade, ironia, perversão, sexualidade, consumismo, amor e arte. São as paixões humanas tratadas de maneira sagaz e irônica que possuem uma via fértil de comunicação com o público, o conduzindo a uma reflexão inevitável sobre suas próprias condutas.
Esta vídeo/performance
propõe colocar o espectador frente às situações dimensionadas pelo texto e
também pela duplicação da ação dramática, fazendo-o refletir sobre a vida real,
do instante já e a vida da ficção, das redes de relacionamentos, dos iphones e
smartphones.
Interessa para o
projeto a questão do vazio, da ausência de sentido, que é resultado da
polifonia de sentidos provocada por essa intensa conectividade, todo mundo está
plugado e antenado o tempo todo, por um lado isto é fenomenal, mas não dá pra
sair ileso disso tudo.
Acredita-se que esta amplitude temática
do projeto pode oferecer um panorama sobre o homem dentro da era digital e consequentemente
questiona o futuro desta relação. Estimulando não só nos artistas, mas também
no público, a motivação de discutir e se deixar tocar pelas questões levantadas
por esta vídeo/performance.
E este é também o
compromisso deste Edital que tem por finalidade estimular tanto a criação de
manifestações artísticas relevantes cultural e socialmente, quanto promover a
formação de novos públicos e novos cidadãos ativos em relação ao panorama
artístico global.
REFERÊNCIAS:
Este trabalho tem
como base artística e intelectual o estudo de
duas obras que foram marcantes na história da arte e da filosofia; a
primeira é da ordem da experiência sensorial e a outra intelectual.
Kazimir Malevich
foi um Pintor Russo do início do século XX, idealizador do Suprematismo, movimento
de arte abstrata. O Suprematismo surge por volta de 1913, mas sua
sistematização teórica data de 1925, do manifesto, Do Cubismo ao Futurismo ao
Suprematismo: o Novo Realismo na Pintura, escrito por Kazimir Malevich em
colaboração com o poeta Vladimir Maiakóvski.
O suprematismo
defende uma arte livre de finalidades práticas e se compromete simplesmente com
a pura visualidade plástica. Trata-se de romper com a ideia de imitação da
natureza, com as formas ilusionistas, com a luz e cor naturalistas, experimentadas
pelo impressionismo, e com qualquer referência ao mundo objetivo que o cubismo
de certa forma ainda alimenta.
Já “A Obra de Arte na Era de sua
Reprodutibilidade Técnica”, é um
ensaio de Walter Benjamin sobre a arte no século XX, na era digital, que
analisa a sua existência na era da cópia, da fotografia.
É o mais
conhecido e citado ensaio de Walter Benjamin, o texto discute as novas
potencialidades artísticas. Essencialmente numa dimensão política, decorrentes
da reprodutibilidade técnica.
Em épocas
anteriores a experiência do público com a obra de arte era única e condicionada
pelo que ele chama de aura, isto é, pela distância e reverência que cada obra
de arte, na medida em que é única, impõe ao observador. Primeiro nas sociedades
tradicionais ou pré-modernas, pelo modo como vinha associada ao ritual ou à
experiência religiosa; depois com o advento da sociedade moderna burguesa, pelo
seu valor de distinção social, contribuindo para colocar num plano à parte
aqueles que podem aceder à obra “autêntica”.
O aparecimento e
desenvolvimento de outras formas de arte, (começando pela fotografia), em que
deixa de fazer sentido distinguir entre original e cópia, traduz-se assim no
fim dessa “aura”. Isto libera a arte para novas possibilidades, tornando o seu
acesso mais democrático e permitindo que esta contribua para uma “politização
da estética” que contrarie a “estetização da política” típica dos movimentos
fascistas e totalitários dominantes no momento em que Benjamin escreve esse
ensaio.
ACESSIBILIDADE
Para a realização
da vídeo/performance, será necessário uma sala cuja estrutura siga as normas de
acessibilidade a portadores de deficiência física.
DEMOCRATIZAÇÃO
Estima-se que o projeto atinja, aproximadamente, 15.000 pessoas, em 24
apresentações realizadas em uma das salas do Oi Futuro Flamengo com capacidade
para cerca de 100 pessoas por apresentação, soma-se à apresentação a projeção
dos vídeos em tempo integral na galeria. Também faremos um anúncio no Facebook
com estimativa de 480.000 pessoas (abrangência - 60 dias). Esse público será
composto, majoritariamente, por: artistas em geral, estudantes (segundo grau e
universitários), pessoas da terceira idade e integrantes das classes C, B e A,
sendo que as pessoas de baixa renda serão atingidas através dos estudantes de
teatro e de artes de projetos sociais.
VÍDEO/PERFORMANCE
Será gratuita e
aberta ao publico.
WHITE ON WHITE OU O QUE EU VI DA AUSÊNCIA, conta com a atuação e intervenção
artística dos atores: Erom Cordeiro, e da atriz portuguesa Maria de Lima.
DRAMATURGIA
Verbo/ Palavra/ Imagens/
Espaço
O texto questiona
as formas de saciedade existencial. A necessidade de estar sempre em gozo, de
estar sempre feliz e belo. Essa busca incessante acaba levando o homem ao
estado de nada, de total ausência.
FICHA TÉCNICA
Concepção Geral, dramaturgia e vídeos: Edu Reis.
Performance:
Erom Cordeiro e Maria de
Lima.
TEXTO
Tudo ali era
branco. O corpo branco estava ali na cama, sobre o lençol branco, a pele branca
desenhava vontades de outros dias. Eu vi, os olhos viam tudo. Não sentia nada.
O ar estava dentro. Me Preenchendo. Me esvaziando. Como uma bomba de oxigênio.
Olho pro lado e eu o vejo. Ele não me olha, tão pouco se move. Se não é mais,
então quem esta lá dentro? Ainda há alguém ali naquele corpo?
Ele não estava
mais ali. O branco tomou conta de tudo. Mas, eu o vejo ali ainda, parado, do
meu lado. É lindo vê-lo ali, deitado. A sua ausência me toca e eu choro. Eterno
é tempo congelado. No carro antes de tudo, ele me olhava. Eu vi seus olhos que
me olharam antes de tudo acabar. Foi ontem que eu o vi, foi ontem que ele
sorriu pra mim.
Ontem. que ainda
é hoje. Extensão de tempo. Estávamos lá. Todos juntos. Ontem fui. Sim fui. Com
eles, no meio deles, sim, eu fui no meio deles. Lá. Eu. Eles. Dancei com eles,
lá eu fui. Um. Deles? Eu sou um deles. Eu seria eu.
Mas lá, eu fui um
deles. Dancei. Foi bom, eu gostei. Como nunca. Como sempre tinha
gostado. Fui. Belo na medida. Do que é ser. Belo. Sim, fui. Olhado por vidros
que nada diziam. Foi bom aquele momento onde o sangue é invadido pelo branco.
Naquele momento o branco é red. Órfão de si mesmo. De si, agora aqui. Só e
feliz, o sangue branco me impulsionou e eu dancei, dancei muito, queria morrer
de tanto dançar, queria ser feliz assim pra sempre. Felicidade sua. Fabricada.
Sintonia em todos. Contagia. Fabricou. Feito. Vendido. É isso. Fabricamos
valores. Eu fabrico a minha felicidade! Eu pago por ela.
Felicidade.
Medíocre? É felicidade! Quem vai dizer que não? E se é isso, isso
vai ser. Seja a que preço for. Desmoronamento estável. Corrosão invisível.
Estável eu estava. Meio ou médio? É pra rir? Piada! Vida tranquila? Feliz por ver o
sol? Feliz por ver as flores? E quando o branco é branco? Emoldurado em branco,
sobre tela branca. Ausência. Quando o buraco do nada se abre no estômago?
Eles dançam,
todos iguais, peles suadas no espaço sem, camisas brancas, museu de cera
muscular que eu gosto de ver. Museu, cera. Será. Efêmeras e perecíveis
idênticas e diferentes em cores monocromáticas se entrelaçam na fúria de ser
igual. Identidade hoje é qualquer rosto. Tenho o meu. A pele encrustada no
osso. Forma uma forma. Formamos uma identidade comum, somos todos um. Somos
todos feitos em Bíceps, tríceps, glúteos e panturrilhas. Somos homens.
Sou belo. Toco-me
e não tem. Não tem mais nada dentro. No jogo. Joga-se? luz é de boate. É? Luz
que brilha é de boate. Eu vejo o dia nascer feliz. Meu dia, meu sol. O meu sol
que nasceu pra mim e me ilumina agora. Porque eu sou iluminado, sou belo, fui
reproduzido pra ser, e eu sou, sou eu iluminado pela luz que é feliz por que é
luz. Sou menino refém de si mesmo, refém do que é ser.
O que eu quero
onde está? O que eu quero agora? Eu quero ele. Mas ele não está nas lojas. Ele
não está mais lá. Percorro as vitrines atento pra ver se encontro. Não vejo
nada. Muitas roupas e só. Roupas, sapatos. Camisas. Marcas. Tudo está ali pra
você ser alguém. As roupas estão lá te esperando para ser. Os bonecos de
plástico, da vitrine me olham. Me arrepio. Parecem mais vivos do que eu.
Tocaia. Escravo de sua própria beleza. Já andei o mundo procurando, mas no fim
todos os lugares são apenas outros lugares. Iguais.
Eu. Agora aqui.
Ausente por excesso de sentido. Sinto muito! Vibrante é a vontade. A batida.
Abatido por ele. Me acertou em cheio. A batida perfeita está no coração. Eu
danço, danço, muito. Comigo eu danço, não tenho medo. Venha dançar agora.
Comigo só. Aqui, agora, só comigo. Venha sentir a batida que te chama aqui
dentro. Ele bate.
Tenho calor pra
nós dois, vou te esquentar, vou te dar o mundo em um instante. Vem agora, não
tenha medo, não vou te machucar. Olha pra mim. Mostra que você ainda está aí
dentro. Eu to aqui te esperando. O branco pega as nossas mãos. Bala de criança
brinca sozinha, inventando magias.
Eu sou feliz,
muito feliz. Eu danço e choro nesse momento porque eu sou feliz. Eu danço
olhando pra ele, aqui neste quarto branco. Só. Feliz. Só, eu sou, só, feliz, eu
sei que eu sou, quem vai dizer que não? Eu danço, danço, não paro de me sentir,
eu sinto, eu danço. Eu sinto muito, sinto por todos, agora. Agora danço, vem
dançar comigo? A hora é agora.
Retiro seu corpo
da cama, agarro forte suas costas, jogo seus braços nos meus ombros. Encosto
sua cabeça na minha. Eu respiro forte. Eu respiro por nós dois. Agora podemos
dançar tranquilos. Seu corpo gelado me causa um constate calafrio interior. Os
sinos da igreja tocam lá fora. Vou fugir com você, não vou deixar você ir
embora, fica mais um pouco aqui comigo.
Nada acontece.
Ele não me olha mais, nem mesmo pode me ver. Ele não me sente mais. Nem mesmo
pode ter prazer por mim. A minha beleza já não toca mais os seus olhos, nem
mesmo seu coração, nem mesmo seu pau. Minha beleza não importa mais.
Sou rico. Belo.
Tenho dinheiro, tenho dinheiro, muito dinheiro, tenho tudo que quero, sim
tenho, sempre tive, todos o brinquedos, todos os controles de carrinhos
importados, tenho carros, eu os coleciono na estante e na garagem, me preocupo
muito com a minha imagem, estou sempre bem vestido. Sou feliz, todos querem ser
o que eu sou. Olha pra mim! Sou belo! Pego um, dois, três... pego um qualquer.
Hora que quero, pego. Malho rigorosamente.
Dias. Vários, dias. Cativeiro da beleza é. Estou em todos os ciclos. Preenchimento. Quero ser grande. Ser inteiro. Ser mais. Olha o meu braço. Quero ser mais. Olha o meu tórax. Quero mais e mais, quero mais, quero mais, ainda não cheguei. Preciso ser. Muito. Preciso muito. Ser. Eu malho todos os dias, minha religião meu afeto, minha repetição de ser, eu treino todos os dias, pra ser, eu malho, eu corro, corro. Corro, eu corro, estou correndo, eu corro, eu corro, estou aqui agora. Correndo, muito. Eu corro. Meu duplo inchado, meu outro. Corpo criado, sou outro eu. Cobra em escamas. Cobra criada. Quero chegar no topo, rastejo.
Quero ver todos
lá de cima e quero que todos vejam quem sou eu, como sou belo e rico, como sou
onipotente, como eu posso. Como eu sou o mais brilhante entre todos, minha luz
vai brilhar, eu vou ascender, vou jorrar pra todos...
No banheiro de
ontem vi através do espelho a multiplicação. Músculos em escala definida,
vários, idênticos, na urgência de serem idênticos, todos eles, todos nós
descamisados à procura do amor, parado na fila, aflito, louco por mais um.
Tiro-me. Eu. Pele tocando o branco. Pele no fundo, pele sobre pele, pele entre
pele, excrementos e sangue. No banheiro eu jorrei branco dentro. Fui feliz!
Sinto vontade de chorar. Mais um, mais vários. É essa? É porra, porra de porra
seca! Porra de vida seca.
Minha cabeça
gira, estou fora, de fora, ao lado de mim mesmo. Não posso ter.
Não tenho. O controle remoto da infância ficou lá. Estando de fora
eu. Perdi o controle do instante. Um dia fui. Lá. Não mais estou. Ao lado de
mim não sou boa cia. Não, não sou. Fui ferido. Fui marcado! Uns dirão: seu
tolo! Mas eu sou feliz! Choro por ser muito feliz! O carro ficou lá naquela
esquina. Mesmo assim sou feliz. Se eu não acordar mais, serei nada como nada
sou agora. White on White. O que eu vi, ninguém viu. Eu vi. Ele estava lá. Ele
tomou conta. Ficou. White on White. Eu vi, eu vi, sim! Eu vi. Dentro. Eu lembro
do ser que eu sou e que agora esta ao meu lado. Sobreposto, projetado.
Estampado na frente de mim. Branco sobre branco.
Eram 06:30 da
manhã de domingo. Estava cinza. O dia. Frio. Chovia. Fino. Aqui. Feliz e só,
estava. Estou no quarto branco parado, olhando. Poderia ir. Qualquer lugar,
qualquer casa, qualquer quarto sujo de hotel barato.
Entramos no meu
carro. Andamos algumas quadras. Estava feliz, riamos muito, seu beijo era.
Queria voar naquele momento, queria ser feliz pra sempre naquele momento. As
ruas vazias do centro presenciaram tudo. Velocidade máxima.
O som ligado,
batidas ritmadas e continuas. Estava feliz, naquele momento fui feliz e só. Um
encontro certeiro. Uma batida explosiva em algum prédio, imaginei ser feliz
assim, acabar. Deixar de ser. Feliz numa parede de um prédio velho do centro.
Pintura pichada em pedaços.
Sem destino
estávamos. Queria nunca mais dormir, ou nunca mais acordar. Já gozei White on
White. Quero mais, quero o branco, quero tirar isso de mim, isso que é vida, e
que me mata aos poucos. Aos poucos somos bonecos. Bonecos são de plástico. Eles
estão mortos. Os bonecos já nascem mortos. Com olhos parados, eles não te
olham, não. No fim são todos bonecos. No fim somos todos bonecos parados no
fim, encaixotados no armário da criança que cresceu e já não mais. Na
terra plásticos levam tempo, não se
decompõem tão facilmente. Somos juventude superada, inocência perdida e
festejada. Criança boneco da mamãe.
Quero nunca mais
dormir, ou nunca mais acordar, tanto faz. Já gozei White on White. Imaginava um
encontro certeiro. Uma batida explosiva em algum prédio. Imaginava ser feliz
assim, acabar, deixar de ser, feliz numa parede de um prédio velho. Viver
eternamente em pedaços esmagados. Colorindo a parede branca do prédio branco.
Quadro vivo. Red on White. Ele estava lá quando tudo parou, o carro dançou no
ar, várias voltas no ar, um espetáculo aéreo. A parede esperava, os sinos
tocavam, estávamos chegando ao verdadeiro encontro. Ele foi. Eu fiquei. Eu vi o
quadro na parede, o vermelho escorria. Ele foi, eu fiquei. Eu queria ser feliz
assim. Ele foi, eu fiquei. Eu vi tudo. Ele voando no ar, eu vi quando tudo
aconteceu. Eu vi, eu estava lá.
Ele foi, eu
fiquei. Eu vi tudo. As cores tomando forma na parede, eu vi tudo, era lindo
ver. Queria eu estar lá. Queria eu ser um quadro branco. Queria eu ser feliz
assim. Queria eu ser eterno naquela esquina, pra sempre ali, pra sempre imagem.
Queria ser belo assim. Queria ser. Belo. Ser feliz assim estampado na parede.
Belo é o fim, como um sopro, quando tudo acaba, quando não tem mais nada.
Quando tudo é. Quando tudo é não. Quando tudo é não. É, não, é. Não. É quando
não. E belo é o fim, como um sopro. Como um sopro, como um sopro, como um
sopro...